Úteis tanto para a defesa quanto para a acusação, essas 10 dicas norteiam o profissional do direito que queira atuar no Tribunal do Júri.
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#1 – ANTES DE ATUAR NO TRIBUNAL, ASSISTA A JULGAMENTOS – A primeira dica pressupõe três ideias da PNL: primeiro, a pressuposição de que é recomendável “Primeiro acompanhar para depois conduzir”.
Se baseia também na técnica que originou a própria PNL, a “modelagem”, a qual, resumindo, consiste em buscar modelos de atuação para se inspirar e utilizar parte de suas estratégias.
Por fim, adota a ideia da aprendizagem em um segundo nível, aplicável até mesmo àquilo que supostamente já sabemos, a “aprendizagem sobre aprendizagem” ou a “metacognição”.
#2 – CONHEÇA TODO O PROCESSO – Parece (e é) óbvio, mas muitos advogados enfrentam o plenário na assistência à acusação ou na defesa sem conhecer a íntegra dos autos.
Na PNL, a busca constante pela excelência profissional é um verdadeiro mandamento, razão pela qual o conhecimento do teor do processo é compreendido aqui como o mínimo para se conseguir uma atuação visando dita excelência.
#3 – TENHA FORTE AMPARO JURÍDICO – Também óbvio: o amparo jurídico, tanto no direito material, quanto no direito processual, também é uma dica amparada na busca pela excelência.
Se pauta também na ideia da flexibilidade, muito cara à PNL em termos de planejamento estratégico, já que em alguns casos chega a ser necessário inclusive mudar a tese jurídica “ao vivo” em plenário, conforme as circunstâncias do julgamento.
#4 – FALE DA TÉCNICA, MAS PARA LEIGOS – Aqui a dica é usar o rapport, usar a empatia, a linguagem normalmente leiga dos jurados, o vocabulário sempre que possível coloquial, em contraposição ao uso do “juridiquês”.
Mas, é claro, sem deixar de falar do amparo da tese em lei, doutrina e jurisprudência.
#5 – ESTEJA NO “AQUI E AGORA” – A PNL fala muito sobre a gestão da atenção, sobre a acuidade sensorial. Trata tanto da atenção ao ambiente (uptime), o que os sentidos trazem, quanto da atenção ao estado interno, aos pensamentos e às emoções (downtime).
Estar no instante presente também evoca a técnica das “linhas do tempo”, que trata da percepção subjetiva do tempo pelo cérebro.
Algo que ajuda bastante a estar no “aqui e agora” é outra técnica da PNL, a “ancoragem neurológica”, um estímulo sensorial que ajude a criar um estado mental favorável quando utilizado: um perfume, um objeto, uma imagem, uma palavra, etc.
#6 – NÃO BRIGUE POR MAIS TEMPO, BRIGUE POR MENOS TEMPO – Esta dica lança mão mais uma vez da técnica “linhas do tempo”. Percebendo satisfatoriamente o tempo, podemos gerenciar a objetividade de nossa fala: explanar todo o conteúdo da(s) tese(s), mas sempre mantendo o estado de atenção dos jurados sem divagações demoradas e desnecessárias. (Mais sobre gestão do tempo para advogados você confere neste link:
Leia também o artigo: 7 dicas de gestão do tempo para advogados
#7 – USE AS LINGUAGENS VERBAL E NÃO VERBAL – A PNL tem um cuidado extremo com a comunicação, tanto no plano verbal, quanto no aspecto não verbal.
Selecionar bem as palavras, os gestos, o uso de objetos e do “cenário” do Tribunal ajuda a captar a atenção dos jurados e comunicar a tese em um nível mais completo.
#8 – VARIE A ENTONAÇÃO DA VOZ – A PNL, como dito, trata detalhadamente sobre os processos da comunicação eficaz, a qual repercutirá no destinatário da mensagem.
Alterar o tom de voz, a velocidade da fala, a intensidade, e usar até mesmo o silêncio quando o assunto requer uma reflexão dos jurados, ajuda a obter atenção e melhorar a qualidade da fala.
#9 – TENHA COMEÇO, MEIO E FIM – A definição de objetivos e metas é objeto de diversas técnicas da PNL.
A estratégia de ter começo, meio e fim, especialmente pedindo qual voto se pretende em cada quesito ajuda a organizar a fala.
E a recomendação para a conclusão da peroração é falar sobre algo (história, frase, poesia, reflexão) tendente a possibilitar um melhor estado mental e emocional aos jurados, para “ancorar” neurologicamente em suas percepções, da forma mais positiva possível, a tese levantada.
#10 – USE OS SISTEMAS REPRESENTACIONAIS – Segundo a PNL, a realidade chega à nossa mente através dos sentidos. Vale explorar a comunicação com a maior variedade de sistemas representacionais possível: auditivo, visual e cinestésico, até porque cada jurado normalmente tem seu sistema preferencial.
Também através dos sentidos os fatos ficam mais perceptíveis para os julgadores, o que ajuda a trabalhar o estado emocional dos mesmos.
Esperamos que as dicas sejam úteis, desejamos sucesso no plenário sempre!
Fabricio Almeida Carraro