O coaching jurídico tem sido recepcionado pela Ordem dos Advogados do Brasil, a qual tem percebido a importância cada vez maior da metodologia para o desenvolvimento profissional e pessoal de seus membros, em especial neste momento da advocacia.

Questões como produtividade, gestão de escritório, marketing jurídico ético, desenvolvimento de equipes, qualidade de vida, liderança, finanças, novos negócios, carreira, oratória e comunicação, dentre outras, são trabalhadas através do coaching.

Nesse contexto, recentemente tive a honra e a imensa alegria de representar nossa Subseção e a Comissão de Inovação e Gestão de Londrina no III Congresso de Coaching Jurídico do Conselho Federal da OAB em Brasília (foto), evento realizado pela Comissão de Coaching Jurídico junto ao Conselho Federal, da qual estou membro.

“Ah, mas esse papo de coaching é uma palhaçada, não é? Quero direito constitucional, administrativo, civil, penal, trabalhista. Não caio nessas balelas!” Muitos colegas da advocacia costumam ouvir sobre coaching ou coaching jurídico e apresentar este tipo de percepção. Plenamente justificável, diga-se, uma vez que várias “formações” de final de semana e “gurus” da internet tornaram a profissão motivo de piada. Em parte, acredito, devido ao fato de a profissão não ser regulamentada. Ela conta apenas com um código de ética, nem sempre respeitado, como aliás ocorre em qualquer outra área.

Claro, conhecimento jurídico afiado é imprescindível. Mas o coaching também é uma metodologia séria, e tal qual o direito, deve ser trabalhada com ética e com a devida e apurada técnica. E aí sim, traz substanciais e duradouros resultados para pessoas e organizações. Não por acaso, gera milhões em negócios no Brasil e no mundo, e é bastante procurado pelos executivos dos mais elevados escalões no meio corporativo.

Em suma, funciona assim: o profissional (coach) atua como uma espécie de “personal trainer”, só que para a mente e para as atitudes. Tem como princípio estrutural a maiêutica do filósofo Sócrates: o profissional faz perguntas estratégicas para que o cliente (coachee) venha a elaborar suas próprias ideias, ampliando sua consciência sobre si mesmo, suas limitações e seus potenciais, e sobre o contexto macro no qual está inserido. A partir das sessões com o cliente ou com a equipe, e em ambiente de sigilo profissional, são traçados objetivos, a serem atingidos através de ações concretas ajustadas entre ambos.

Particularmente, fiz minha primeira formação em 2008, atuo desde então, e posso afirmar: o coaching, quando levado a sério, funciona. Em uma fase na qual quase deixei a advocacia, as técnicas me mostraram como redirecionar minha carreira e conseguir resultados que até então nem sabia que seria capaz de alcançar. De lá para cá, também ajudei muitos profissionais. Ou seja, sou testemunha mesmo, e tenho que a OAB está no caminho certo em encampar a ideia no Conselho Federal e já em várias Seccionais.

Recomendo aos colegas pesquisar sobre o tema – existe muito conteúdo de qualidade em livros e na internet – e principalmente, colocar em prática, seja com ajuda profissional ou mesmo com “autocoaching”. Em especial, recomendo a gravação do mencionado Congresso, disponível no Youtube da OAB Nacional. A advocacia merece!

Fabricio Almeida Carraro – Advogado. Membro da Comissão Especial de Coaching Jurídico do Conselho Federal da OAB. Membro da Comissão de Inovação e Gestão da OAB – Subseção Londrina.

Link para o congresso (caso seja interessante colocar na matéria):

Author

Fabricio Almeida Carraro - Coach Jurídico (Formação em Coaching, Master Practicioner em PNL e Pós-graduação em PNL e Coaching) e Advogado formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL)