ou “Advogado officeless“, ou “Guia do advogado mochileiro das galáxias”

1º de maio. 2020. Restrições à locomoção em muitos lugares. Quarentena para uns, muitas vezes significando home-office. Enquanto isso, muita gente precisa sair de casa, não tem opção. Profissionais de saúde, de higiene, de segurança são considerados heróis de nossos dias. Tantos outros também têm de sair de casa, porque exercem ou colaboram com serviços essenciais.

Particularmente, depois de mais de quarenta dias morando na zona rural, em contato com a natureza, contato do qual tanto gosto, posso afirmar: é possível ter um escritório na mochila. Percebo que muitas das coisas que estão na minha sala do escritório, e em meu escritório de casa, na cidade, não são essenciais. Claro que às vezes preciso consultar um ou outro livro físico, mas o fato é que uma boa coletânea de livros em arquivo digital, em regra, é suficiente. Portanto, o essencial é sim portátil: agora posso confirmar com convicção.

Créditos: esta nota é fortemente influenciada por uma entrevista do advogado Pedro Custódio, que li há alguns meses, sobre a ideia de escritório na mochila. A entrevista pode ser conferida neste link.

De lá para cá, ouvi falar também de um conceito que vai além do home-office ou teletrabalho, o officeless. Você pode ler algo a respeito aqui.

A propósito, há alguns dias falei sobre dicas de trabalho em casa, pois já ia pouco ao escritório, só em caso de reuniões presenciais. Caso queira conferir, está aqui, no nosso blog mesmo.

Pois bem. Na advocacia e no Judiciário, muita coisa mudou nesses dias. Em muitos lugares, o trabalho remoto foi adotado, inclusive para atos processuais, e muito disso provavelmente permaneça na realidade pós-pandemia.

Nesse contexto, mais do que nunca se questiona a real necessidade de um escritório físico. Muitos advogados já adotaram a tendência de atender apenas online. É notória a redução de custos, de tempo e de responsabilidades com vários implementos e insumos.

Pois bem. Escritório na mochila pressupõe mais liberdade ainda do que o próprio home-office. Às vezes depende de conexão com internet, às vezes não, dado que às vezes precisamos de concentração, de preferência estando até off-line (como escrevemos aqui e aqui), para redigir uma petição complexa, por exemplo. Em geral, com uma mochila, podemos levar nossa advocacia para (quase) qualquer lugar. Chácara, aeroporto, praça, café, casa/empresa do cliente, ônibus ou metrô são alguns exemplos. Lógico, quando tudo isso estiver novamente acessível… assim esperamos…

A dica, para quem queira, é que cada um configure seu próprio escritório/mochila. Vou me limitar a passar minha “receita” própria de itens fixos, para o caso de alguém se interessar por alguma referência qualquer: notebook e acessórios, token, HD externo, fones de ouvido, carregador de celular, agenda física (ainda gosto), papel e caneta. Simples e funcional.

Por fim, importante consignar: tem prós e contras. Exige mais disciplina, foco, concentração, criatividade, adaptabilidade e resiliência. E claro, às vezes o conforto e as comodidades diminuem. Por outro lado, confere muita liberdade, muitas possibilidades e, por que não dizer, muitas oportunidades.

E você? O que acha da ideia? Já pensou em ser um advogado “mochileiro das galáxias”?

 

Por Fabricio Almeida Carraro

Treinador jurídico e advogado

Author

Fabricio Almeida Carraro - Coach Jurídico (Formação em Coaching, Master Practicioner em PNL e Pós-graduação em PNL e Coaching) e Advogado formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL)

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